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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Escuta mostra que Demóstenes negociou verba para Delta

O senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) usou o cargo para negociar um projeto de R$ 8 milhões em favor da Delta Construções, apontam gravações telefônicas e relatório do Ministério Público Federal

De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, há evidências de que Demóstenes atuava como "sócio oculto" da Delta, empresa que desde 2007 é a que mais recebe recursos do governo federal, principalmente por obras do Programa de Aceleração do Crescimento.

O procurador-geral se baseia principalmente em gravação em que o senador indica condicionar o envio de recursos para uma obra em Anápolis (GO) à escolha da Delta para tocar o projeto.

O negocio se daria por intermédio do empresário Carlinhos Cachoeira, que teria relações com a empresa e que está preso desde fevereiro sob acusação de comandar esquema de jogo ilegal.

No documento em que pediu ao Supremo Tribunal Federal autorização para investigar Demóstenes, Gurgel afirma haver fatos de "especial gravidade" que evidenciam "que o senador também dispunha da sua atividade parlamentar em proveito da empresa de que seria sócio oculto".

PARQUE ECOLÓGICO

A Polícia Federal gravou a conversa telefônica entre Demóstenes e Cachoeira em 9 de julho de 2011.

No diálogo, o senador relatou o encontro que acabara de ter com o prefeito de Anápolis (GO), Antônio Gomide (PT), que lhe pediu ajuda para construir um parque ecológico, orçado em R$ 8 milhões.

Como senador, Demóstenes tem direito a direcionar verbas para esse tipo de obra por meio de emendas ao Orçamento federal.

No telefonema, o senador relata que teria dito ao prefeito ser possível enviar a verba para a cidade, mas que era para ele dar "preferência" ao grupo de Cachoeira.

"Ele falou que topava. Aí você vê se vale a pena ou não", diz Demóstenes a Cachoeira na conversa gravada pela PF.

Um dia depois, o empresário liga para Cláudio Abreu, então diretor da Delta no Centro-Oeste, para relatar que Demóstenes falou com o prefeito.

No relatório, Gurgel interpreta que Demóstenes "condicionou a obtenção dos recursos à contratação da Delta". Segundo investigadores, o termo "sócio oculto" se refere à suspeita de que Demóstenes articulou contratos em troca de receber dinheiro.

Por isso, o STF autorizou a quebra do sigilo bancário do senador.

"O exame das movimentações bancárias dos envolvidos permitirá juízo de convicção sobre a origem do dinheiro e o seu eventual destino ao parlamentar", diz o documento.

A investigação da Operação Monte Carlo da Polícia Federal aponta que Cachoeira comandava os negócios da Delta no Centro-Oeste ao lado de Cláudio Abreu.

A gravação transcrita no relatório do procurador-geral da República representa a primeira ligação entre o senador e a empreiteira.Na Folha

2 Comentários:

Ana Cruzzeli disse...

2007, esse foi um ano cabalisto.

Foi aí que as forças de direita manifestaram grande desespero por não ter derrubado o Lula em 2005 e em 2006, nada grudava no homem.

Como diria o professor Hariovaldo: Esse maldito efeito teflon .

Eles ficaram meio perdidos e foram para o tudo ou nada. Ou tomavam o poder em 2010 ou seria engolidos pela onda das esquerdas reunida.

Por isso que valorizo tanto a campanha de 2010, ela foi o divisor de águas para a esquerda. Daquele ano em diante tudo seria mais fácil.
Somos eternamente devedores de Dilma, pois ela foi uma leoa, aguentou todo tipo de ataque e não fraquejou, nunca perdeu o foco. Acho que aquela eleição também foi desgastante para o Lula, era visivel o seu cansaço ao termino do pleito.
Enfim essa CPMI contra a Veja e seu braço bandido tem muito simbolismo.

jabulano disse...

"O clima na Câmara gerado pela CPI
Enviado por luisnassif, qua, 18/04/2012 - 11:33
Por implacavel
Do Coluna Esplanada

CPI já vira caso de polícia dentro da Câmara

Por Leandro Mazzini

A CPI mista do Cachoeira nem começou mas já pega fogo nos bastidores – em especial, nos corredores da Câmara. Um roteiro com ingredientes de cena policial ganhou o sétimo andar do Anexo 4 da Casa. Indignados com um cartaz pró-CPI na porta do gabinete do deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), ex-delegado da PF e entusiasta da instalação, dois deputados tucanos o arrancaram da porta e jogaram no chão, irados. Tratam-se de ninguém menos que o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), e o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). Protógenes só soube quando pediu à Polícia Legislativa o vídeo do circuito interno de TV do corredor. Mas não prestou queixa à Mesa Diretora.

Constrangido e incrédulo, Protógenes não procurara, até ontem à noite, os parlamentares para pedir explicações. Um assessor acompanhava os deputados na hora do ‘ataque’.

Pelo vídeo e sequência de fotos, fica clara a atuação do trio na porta fechada do gabinete do deputado, durante o dia. Guerra indica e Marinho puxa o cartaz."

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