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domingo, 19 de maio de 2013

Apenas 20% dos médicos estão interessados em áreas carentes



Mesmo a peso de ouro, prefeituras enfrentam dificuldades para contratar médicos no interior e até na periferia das grandes cidades. Nada menos do que 1.228 municípios pediram ajuda ao Ministério da Saúde para atrair recém-formados neste ano. A intenção era preencher 7.193 vagas, mas só 1.460 médicos demonstraram interesse, o equivalente a 20% da demanda.

Os números são do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), iniciativa do Ministério da Saúde para levar médicos a rincões do país e áreas carentes nas capitais e regiões metropolitanas. O Provab oferece bônus de 10% nas provas de ingresso em residências médicas a recém-formados que trabalharem por um ano em cidades do programa.

Balanço do Ministério da Saúde mostra que 233 cidades não atraíram nenhum interessado. Todos os 1.640 médicos inscritos foram selecionados em fevereiro, isto é, ficaram aptos a fechar contrato imediatamente com as prefeituras. Até a semana passada, porém, só 460 profissionais já tinham começado a trabalhar, enquanto outros 140 estavam em processo de contratação.

A formação e distribuição de médicos em território brasileiro entrou na agenda do Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff determinou aos ministérios da Saúde e da Educação que preparem um plano para aumentar o número de médicos no país. O governo está convencido de que faltam profissionais e estuda criar ou ampliar faculdades, assim como facilitar a validação de diplomas de quem se formou no exterior, em países como Cuba, Bolívia e Argentina. Outro projeto é abrir mais 4 mil vagas de residência.

Alta rotatividade entre os problemas

A movimentação do governo desperta reações negativas nas corporações médicas. O Conselho Federal de Medicina divulgou, em novembro, o estudo “Demografia Médica no Brasil”, que apontou 371.788 profissionais em exercício naquele ano, o correspondente a uma taxa de 1,95 médico por mil habitantes. O governo quer elevar essa taxa para 2,5 até 2020 — ou até mesmo 2,7. O CFM, porém, considera o atual número suficiente, e diz que o problema está na má distribuição.

O Ministério da Saúde identificou 2.130 municípios com dificuldade de manter ou expandir o Programa Saúde da Família. As cidades têm direito a um número de equipes proporcional à população. Cada equipe é chefiada por um médico. Segundo o ministério, boa parte das cidades tem direito a mais equipes, mas não consegue criá-las por falta de profissionais.

Outro problema é a alta rotatividade. Em 1.190 cidades, mais de 75% das equipes trocam de médico pelo menos uma vez por ano, o que o governo considera excessivo. Em março, o ministério listou 26 municípios que não tinham médico da Família e outros quatro que não tinham nenhum profissional, conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). O cadastro revela que apenas 2% dos municípios possuíam taxa superior a 2,5 médicos por mil habitantes, no ano passado.

Sempre que um profissional deixa o emprego, é comum que cidades fiquem semanas ou meses sem médico. Com pouca procura, é preciso elevar salários. Em geral, quanto mais longínquo e precário o município, maior o valor pago ao médico.

No Amapá, o governo do estado cede seus profissionais aos municípios. Sem isso, pequenas cidades ficariam desassistidas. Só que, além do salário estadual, os médicos recebem pagamento das prefeituras, com dinheiro repassado pelo ministério ao Saúde da Família. O Portal da Transparência estadual revela que há médicos ganhando R$ 39 mil brutos por mês. Um deles recebe mais R$ 5 mil da prefeitura de Marzagão (AP) por só um dia de trabalho na semana.

Em Pracuúba (AP), com 3 mil habitantes, a secretária de Saúde, Marly Gomes Vilhena, conta que a cidade passou 8 meses sem médico ano passado. Nesse período, dois enfermeiros cuidavam da população. Hoje, há só uma médica, com salário bruto de R$ 28 mil do estado e R$.5.500 da prefeitura.

— Por causa de nossa carência, o médico está supervalorizado — resume o secretário de Saúde de Macapá, Otacílio Barbosa.

No Pará, a situação não é diferente. Em Santa Maria das Barreiras (PA), o único médico em atividade no mês passado era cubano.

— Os médicos vêm com interesse de ganhar dinheiro. Depois de juntar uma boa quantia, vão em busca de conforto. Não querem ficar a vida inteira aqui — reclamou o assessor da Secretaria de Saúde Charles Lopes Peres. Do Globo


4 Comentários:

Anônimo disse...

e infelizmente os nossos profissionais da saude mais me refiro aos medicos que se sentem os tais pois aqui na minha cidade de arcoverde-pe a maioria dos medicos se sentem aquem dos simples mortais que deles precisam,falo pelos medicos que de vista conheço e que sao da cidade em que eu moro,mais que de acordo com esse texto que esta explicito nesse blog os dados colhidos apenas 20% de um total de 100% em atuarem em areas carentes, ou seja traduzindo 80% nao estao dispostos a atendenrem em areas carentes ou seja nao estao dispostos a atenderem pessoas carentes,entao com todo o maximo respeito que nutro pelo profissional da saude mais tenho que dizer que se o governo contratasse medicos de outros paises para servirem a nossa populaçao mais carente do nosso brasil,das regioes,estados e municipios os medicos brasileiros nao podem se quer reclamarem ou criticarem tem mais e que aceitarem,pois a nossa gente carente nao pode jamais ficarem a merce do destino,essa explanagem que fiz nesse meu humilde porem consciente e respeitoso comentario vale tambem para possiveis medicos de outro pais que por ventura possam vir prestarem os seus serviços no nosso brasil,humildade sempre,pois nao e um diploma de medico que pode falar pelo ego de cada ser humano,as vezes nao se tem um diploma universitario de medico mais tem uma inteligencia, uma sensibilidade e uma vasta humildade e um vasto conhecimento digno da vida,reafirmo o meu maximo respeito a todos os profissionais da saude ,aos medicoa, e a todos os profissionais demais areas em que atuam em nosso brasil assim dando a sua contribuiçao,meu maximo respeito para todos do brasil e do mundo inteiro,comentei com tendo como base nesse texto que esta ao nosso dispor nesse formidavel blog,sorte para todos nos do brasil e do mundo.

Anônimo disse...

BEM SE OS NOSSOS MEDICOS BRASILEIROS NAO ESTAO DISPOSTOS A ATENDENREM EM LOCALIDADES CARENTES DO NOSSO PAIS,SENDO ASSIM APENAS OS 20% SE DISPOEM A ATENDEREM EM LOCALIDADES CARENTE,QUE O GOVERNO CONTRATE PROFISSIONAIS MEDICOS DE OUTRO PAIS,POIS SE OS NOSSOS PROFISSIONAIS MEDICOS DO NOSSO BRASIL EM CERCA DE 80% NAO SE DISPOEM A ATENDEREM EM COMUNIDADES CARENTES,QUE VENHAM MEDICOS DE OUTRO PAIS.

Anônimo disse...

Mas para os dirigentes corporativistas das entidades médicas, o grande problema é trazer médicos de fora, sobretudo cubanos, o que comprova a tese de que os tentáculos da política anticubana chegam ao mundo todo. A excelencia da medicina cubana é reconhecida pela ONU, UNICEF e Organização Mundial da Saúde, que já declarou Cuba como o país que mais protege a saúde de suas crianças, que já saem das maternidades com 15 vacinas tomadas. Fidel criou uma Faculdade de Medicina, ELAM, que forma gratuitamente, todos os anos, milhares de médicos de várias nacionalidades, inclusive dos EUA, o maior inimigo da Ilha. Seus médicos atuam de graça em vários países emergentes, graças a eles o Haiti tem conseguido enfrentar epidemias devastadoras. E eles estão dispostos a enfrentas as provas exigidas para que aqui trabalhem. Agora, provas dignas e não com graus de dificuldade, que exijam de um clinico geral, que é o que mais se necessita no interior do Brasil, conhecimentos espcializados de um neurogcirurgião, por exemplo. E isso é feito para "provar" seu despreparo. Que deixem de colocar entraves e ajam com dignidade os que devem avalizar a vinda de médicos cubanos e de outros países para atender aqueles brasileiros desprezados por seus próprios compatriotas só interessados no lucro fácil.

Dra. Renata Fronzi

Blog do Crispiniano disse...

É assim com os médicos e ainda tem quem diga que no Brasil tem médicos suficientes. Pior é com a leitura no Brasil. temos cerca de três mil livrarias. Umas duas mil delas estão nas capitais e nas segundas cidades de cada Estado. temos pleo menos uns quatro mil municípios brasileiros sem livrarias.

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