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sábado, 1 de fevereiro de 2014

O pesadelo de Barbosa: acordou no papel do vilão Commodus no filme Gladiador


O ministro Joaquim Barbosa, passeando na Europa, reclamou dos jornalistas darem muita atenção aos sentenciados no processo do chamado "mensalão" quando, na visão dele, mereceriam o ostracismo.

Certamente se referiu à José Genoino, José Dirceu, Delúbio e João Paulo Cunha, os nomes mais em evidência no noticiário, até pelo inconformismo diante de uma condenação política.

A declaração de Barbosa leva-nos a concluir que ele está amargurado, preocupado com os desdobramentos e até com inveja, pois dá a entender que ele queria monopolizar os louros da fama e de uma carreira política para si, com o mensalão.

Se fizermos uma analogia com o filme Gladiador, empolgado com capas da revista Veja e holofotes do Jornal Nacional, se seguisse a "opinião publicada" como fez, caberia a ele o papel do "herói" Maximus no filme (ex-general do Império Romano que é perseguido pelo imperador vilão Commodus e vira escravo e o gladiador "Espanhol"), certo? Deu errado.

Acontece que quem tem história de lutas populares e passaram a ser perseguidos foram Genoino, Dirceu, Delúbio e João Paulo. E perseguidos, enfrentam suas adversidades com luta e altivez como o gladiador no filme. O papel de Maximus ficou para eles.

Genoino e Delubio contaram com a solidariedade de milhares de militantes, trabalhadores, pessoas com senso de justiça que contribuíram para pagar suas multas impostas injustamente como condenação. Dirceu e João Paulo ainda não foram cobrados.

É como o público no Coliseu que passaram a aplaudir o gladiador "Espanhol", no filme.

O sonho (figurado) de Barbosa estrelar no papel de Maximus virou pesadelo. Ele acabou, por suas próprias escolhas e atitudes, caindo no papel de Commodus.

E o pesadelo mal começou, porque ainda tem o inquérito 2474, o "gavetão", guardado a sete chaves pelo ministro, que está para vir à tona, mostrando erros graves de Barbosa. Ainda virá o julgamento dos recursos que faltaram ser julgado, com um novo olhar de outros ministros que entraram no STF recentemente e outro relator. Haverá ainda revisão criminal e denúncias de violação de direitos nas cortes internacionais.

Até a Globo vai ter que passar esse filme até o fim, e sabe do que vem por aí. Da mesma forma que a Globo tirou o corpo fora e deixou a culpa para ex-coronéis do SNI quando o escândalo da Proconsult para fraudar as eleições de 1982 foi desmascarado, agora vai sobrar para Barbosa, como a Helena já antecipou nesta nota aqui.

Diferente da dramaturgia do filme, não estamos falando da justiça feita por Maximus na ponta da espada, mas de repor a verdade dos acontecimentos, desfazendo a farsa midiática do mensalão. E quem participou dela com dôlo ou negligência que responda pelo que fez.

2 Comentários:

HEITOR disse...

Onde fica a Corte Internacional? Não acompanham estes fatos? Não se posicionam nem se preocupam?

Herminio disse...

Há pouco passando no site uol vejo o próprio abraçado com um foragido da justiça em Miami.

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