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terça-feira, 18 de março de 2014

Mesmo depois do mensalão do DEM, Arruda já está em campanha

Arruda no palanque

 O ex-governador José Roberto Arruda (PR) fez o primeiro discurso como candidato a governador do Distrito Federal. Ele  subiu num palanque e declarou que "agora não tem retorno". Tinha a seu lado a deputada distrital Liliane Roriz (PRTB), anunciada na semana passada como candidata a vice na chapa. "Tem quatro anos que não faço um discurso. Quatro anos se passaram desde a tragédia que se abateu sobre nós", afirmou.Em  fevereiro de 2010, numa decisão do Superior Tribunal de Justiça, o governador José Roberto Arruda teve decretada sua prisão preventiva, junto a mais cinco pessoas, com o objetivo da preservação da ordem pública e da instrução crimina

 A vida política de Arruda foi marcada por o  escândalo de adulteração do painel de votação do Senado, quando atuou ao lado de Antonio Carlos Magalhães e, em 2010, e  pela descoberta de um grande esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, o  mensalão do DEM.

Arruda estava afastado da política desde abril de 2010, quando perdeu o cargo de governador, cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), por infidelidade partidária, depois de se desfiliar do DEM em meio à  acusação de corrupção  pela Operação Caixa de Pandora. Arruda passou uma temporada na cadeia  depois que um  vídeo mostrou ele  em  recebendo dinheiro das mãos  de, Durval Barbosa.  Arruda foi preso  tornando-se o primeiro governador do Brasil a ser encarcerado durante o mandato. Ele foi afastado do governo, por ordem da Justiça, e ficou preso  na carceragem da Polícia Federal em Brasília.

A Polícia Federal concluiu o relatório final da Operação Caixa de Pandora, que aponta o ex-governador  como chefe de uma organização criminosa para desviar recursos públicos por meio de empresas contratadas por seu governo

 Em abril de 2013, foi condenado pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal a 5 anos e 4 meses de prisão, em regime semiaberto, por dispensa indevida de licitação para obra realizada para reformar um ginásio de Brasília, em 2008.

Mo comício com Arruda estava o  o deputado distrital Aylton Gomes (PR) e Jaqueline Roriz (PMN), que respondem processo pela  participação nas denúncias do mensalão do DEM. Também estavam no palanque o ex-deputado Laerte Bessa (PR), o ex-distrital Dr. Charles (PTB) e a mulher do ex-governador, Flávia Peres.

 Na semana passada, depois de uma reunião na casa de Roriz, os dois caciques decidiram lançar uma chapa apoiada por ambos, com o respaldo do presidente regional do PRTB, Luiz Estevão.

Luiz Estevão, que já foi cotado como possível candidato a governador no início dos anos 2000, ficou inelegível depois de ter o mandato cassado no Senado por suposta participação nos desvios do Fórum Trabalhista de São Paulo, em 2000. Arruda, então líder do governo no Senado, foi um dos que trabalhou na época pela derrocada de Estevão.

Durante o evento na tarde de sábado, Arruda pediu ajuda aos presentes para levar para o grupo a deputada distrital Eliana Pedrosa (PPS), os deputados Luiz Pitiman e Izalci Lucas, do PSDB, e o ex-deputado Alberto Fraga (DEM). Eles têm se reunido para formar uma outra chapa ao governo. Arruda também demonstrou que pretende construir uma aliança com o empresário Paulo Octávio. O ex-vice-governador está filiado ao PP.

Entenda o caso


Em  novembro de 2009, a Polícia Federal executou a Operação Caixa de Pandora, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência oficial do governador José Roberto Arruda, em secretarias do governo e em gabinetes de deputados na Câmara Legislativa. Foram apreendidos computadores, arquivos de midia e documentos, além de 30 mil dólares, cinco mil euros e 700 mil reais

No mesmo dia, o governador exonerou os envolvidos nas investigações, além de ter especulado que o desvio de recursos e a corrupção possam ter existido desde o governo anterior, de Joaquim Roriz. A OAB cogita pedir o impeachment de Arruda. Dez pedidos de impeachment foram protocolados por deputados na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Segundo reportagens, Arruda comandava a rede de pagamentos a parlamentares do Distrito Federal, com dinheiro oriundo de empresas que faziam negócios com o governo. Quatro empresas são suspeitas de efetuar repasses: Info Educacional, Vertax, Adler e Linknet. Além disso, ele teria conhecimento de pagamentos a colaboradores próximos, como os secretários de Relações Institucionais, Durval Barbosa, de Educação, José Luís Valente, o chefe de gabinete, Fábio Simão, o assessor de imprensa, Omézio Pontes, e o chefe da Casa Civil do governo, José Geraldo Maciel; outro participante do esquema teria sido o secretário Domingos Lamoglia. Lamoglia saiu do governo, indicado para o Tribunal de Contas do DF, e está sendo investigado também por corrupção no governo de Joaquim Roriz.

 Durval Barbosa, que foi secretário de Roriz e confirmou que a rede de corrupção foi montada no governo anterior, colaborou com as investigações policiais, e poderá ser beneficiado pela delação premiada e pelo programa brasileiro de proteção às testemunhas.

Os deputados suspeitos de serem beneficiários do esquema são Leonardo Prudente, Rogério Ulysses, Eurides Brito, Pedro do Ovo, Rôney Nemer, e o presidente do PP no DF, Benedito Domingos.Arruda teria também se beneficiado pessoalmente, com pagamentos quinzenais de 50 mil reais, além de conseguir empregos para parentes e amigos, como seu filho, nas empresas do esquema, e de ter o apoio da empresa pública Codeplan com contribuições eleitorais e na construção de uma casa luxuosa em Brasília para si e políticos aliados, entre os quais o vice-governador, Paulo Octávio.

 Um vídeo foi divulgado no qual Arruda aparece recebendo maços de dinheiro quando ainda era candidato, em 2006. Arruda defendeu-se, asseverando que os 50 mil reais em espécie que embolsa no referido vídeo tiveram como destino a compra de panetones para os pobres de Brasília. Em entrevista a vários jornais, ele atribui as denúncias a maquinações de políticos rivais, como Joaquim Roriz.

Nas investigações da Operação Castelo de Areia, apurou-se também que Arruda teria recebido 637,6 mil dólares ilegalmente para sua campanha em 1998 . Ele, contudo, informou que não se lembra de doações da Camargo Correa para sua campanha em 1998. Nas eleições de 2002, teria sido novamente beneficiado, desta vez por uma empresa coligada à Camargo Correa.


2 Comentários:

ZP disse...

Era só o que faltava Roriz e Arruda rides again!
Pois é, Deus cria, o diabo espalha, mas eles, ao fim se juntam por si!

MyZinabre disse...

Sem comentários! Fazer o que?

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