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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Eduardo Cunha é chamado a depor na Polícia Federal.


O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), candidato a presidente da Câmara dos Deputados, vai depor na Polícia Federal no inquérito aberto para investigar o suposto grampo (gravação) contra ele.

Foi Cunha quem divulgou o áudio para a imprensa no dia de 17 de janeiro e pediu a abertura do inquérito, dizendo que era uma montagem para prejudicar sua candidatura e que recebeu a gravação de outro policial federal, sem revelar o nome, e que teria afirmado a ele que "gente na cúpula da PF" estaria plantando provas contra ele na operação Lava Jato.

O laboratório de criminalística da PF já periciou o CD e o laudo aponta para uma fraude, caracterizando ser uma gravação de uma conversa ambientada em um estúdio ou recinto fechado, sem ruídos ambientes, com diálogos artificiais, sem a fluência natural de uma conversa, como se estivesse sendo lido ou ensaiado.

Nos meios políticos de Brasília o áudio causou risos pelo tom de radionovela dos diálogos, e não faltou quem levantou a hipótese da gravação ter sido produzida para colocar o deputado na posição de vítima, no momento em que seu nome apareceu citado nos autos da operação Lava Jato. O agente afastado da PF Jayme Alves de Oliveira Filho (Jayme "Careca") admitiu que fez entregas de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef e afirmou em depoimento que o destinatário de uma das remessas era Cunha, segundo lhe informaram na época. O deputado negou e o doleiro também, através de seu advogado. O policial afastado manteve a versão, só corrigindo a informação de que a casa onde foi feita a entrega não era de Cunha.

As vozes não foram identificadas ainda pela Polícia Federal, mas já foi descartado que seja a de Jayme Careca.

Se é vítima, Cunha deveria ser o maior interessado em depor o mais rápido possível, afinal é ele quem pode esclarecer sobre quem entregou a gravação, ou se tiver se comprometido em manter o anonimato da fonte, pelo menos é ele quem pode recolher mais informações sobre a origem do áudio, se é que esta história está bem contada.

Por isso não dá para entender porque ele só marcou depoimento para 5 de fevereiro, sendo que o investigação já está aberta desde o dia 17. Ou melhor, há um bom motivo, sim. A eleição para presidência da Câmara é no dia 1 de fevereiro.

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