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segunda-feira, 4 de maio de 2015

‘Fora, Beto Richa’ pedem torcedores na final do Campeonato Paranaense


 Quatro dias depois do violento confronto travado entre professores em greve e policiais militares no Centro de Curitiba, o governador Beto Richa (PSDB) foi vaiado e criticado neste domingo por cerca de 25 mil pessoas que assistiam à final do Campeonato Paranaense. Juntas, no Estádio Couto Pereira, as torcidas do Operário e do Coritiba gritaram em coro frases como “Fora, Beto Richa!”.
A manifestação não foi, no entanto, a primeira a acontecer num estádio de futebol e a ter como alvo o tucano. No sábado, na Arena da Baixada, a torcida do Atlético Paranaense também se manifestou de forma contrária a Richa e em apoio aos professores. Na quinta-feira, na comemoração do título do Londrina, que conquistou o Campeonato do Interior do Paraná, o meia Rafael Bastos, reserva do time, pegou um cartaz na torcida e o ergueu em campo. Nele, liam-se as frases “Beto Richa tirano! Que vergonha bater em trabalhador. #ForçaProfessores!”.

As vaias de hoje — capazes de unir as duas torcidas — aconteceram quando as equipes do Operário e do Coritiba já estavam alinhadas para ouvir a execução do Hino Nacional. Pouco antes, na arquibancada, uma faixa que dizia “Todo apoio aos professores” foi estendida, mas precisou ser recolhida em seguida, já que o regulamento da competição proíbe a exibição de faixas com teor político.

Os policiais militares que faziam a segurança da final do campeonato também foram verbalmente hostilizados pela torcida. Vídeos com gravações desses momentos foram postados na internet e geraram repercussão nas redes sociais. Havia no Couto Pereira cerca de 25 mil pessoas.

No sábado, o público que foi assistir ao show do rapper Criolo, no Teatro Guaíra, em Curitiba, também pediram fora, Beto Richa durante o espetáculo.

Na última quarta-feira, a Polícia Militar do Paraná lançou bombas de efeito moral e disparou balas de borracha contra professores e manifestantes que tentaram invadir o prédio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública, 62 pessoas ficaram feridas, entre elas 22 policiais. De acordo com a prefeitura de Curitiba, no entanto, foram 213.

Ao comentar o episódio, Richa disse que os policiais agiram para proteger suas próprias vidas e o comando da PM, que seus homens não cometeram qualquer erro.

Em meio a uma crise financeira, Richa enviou à Alep uma proposta que muda as regras de pagamento do fundo de previdência estadual, o Paraná Previdência. O projeto propõe que 33 mil beneficiários com 73 anos ou mais sejam transferidos do Fundo Financeiro, mantido pelo Tesouro estadual, para o Fundo Previdenciário, bancado por contribuições dos servidores e do poder público. O governo deixaria, assim, de pagar sozinho essas aposentadorias e dividiria a conta com os servidores, que são contra a medida. O Globo
Secretário de Segurança do PR se cala após 200 feridos em protesto
Fernando Francischini (SD),é do partido do Paulinho da Força Sindical

O secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini (SD), gosta de falar em público e dar entrevistas. Mas desde a operação policial que deixou quase 200 feridos –a maioria professores– em um protesto de servidores, na quarta (29), ele anda calado.
 Secretário de Segurança do Paraná ostenta arma na cintura em programa de TV

Deputado federal licenciado e delegado da PF, Fransischini, 45, usa o mote "tolerância zero". Assumiu a pasta a convite do governador Beto Richa (PSDB) em dezembro e, como ex-PM, ganhou apoio da corporação.



Após os protestos, porém, virou alvo dos manifestantes. "Quero saber se vai cair o secretário que mandou nos agredir", gritavam servidores na sexta-feira (1º).

Nas redes sociais, em que costuma se comparar ao Batman e elogiar o trabalho das polícias, sua última aparição foi no dia 28 –véspera da operação em Curitiba.

Em seu perfil no Facebook, a foto de capa o mostra de camisa preta e braços cruzados, com a frase: "Lei & Ordem", nome de uma série de TV e de uma de suas operações.

Na semana passada, quando três assaltantes morreram baleados pela PM em Curitiba, pediu que os policiais fossem elogiados, "e não criticados por suposta truculência".

O confronto entre PMs e ativistas ocorreu enquanto deputados aprovavam projeto que transfere 33 mil aposentados de um fundo deficitário para outro superavitário. Alegando perdas futuras na previdência, os servidores eram contrários à migração.

Em cartazes, professores em greve chamavam Francischini de "criminoso".

A oposição já o apelidou de "xerife". Ele anda armado e já chegou a se vestir de bombeiro em uma operação.

Francischini tem seu eleitorado cativo. Em 2014, foi reeleito deputado federal pelo Solidariedade com quase 160 mil votos –o sexto mais votado do Paraná.

Muitos dos eleitores e seguidores do Facebook o veem com "pulso firme".

Na semana passada, para impedir que a Assembleia fosse novamente invadida, a PM convocou oficiais de todo o Estado. O objetivo era garantir a votação do projeto.

No dia do confronto, 1.600 PMs faziam a segurança. Bombas de gás foram lançadas sobre os manifestantes por uma hora. O líder do governo na Casa, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), pediu a Francischini o fim do bombardeio. O secretário negou, alegando que os ativistas avançavam contra a polícia.

Em outras ocasiões, ao também ouvir apelos de deputados, disse que era quem estava no comando.

Em entrevistas, Richa defendeu o secretário.

Francischini não atendeu ao pedido de entrevista da Folha. A pasta da Segurança argumenta que a PM adotou o uso progressivo da força, tentando conter black blocs.

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