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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Piada pronta: Dória Jr chama Eduardo Cunha para falar de democracia "participativa"


Junte esta receita:
Associação de Empresários, onde só entra quem fatura mais de R$ 200 milhões por ano.
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Liderada pelo tucano João Dória Jr. (ex-Cansei, recente chefe da delegação da CBF no Chile).
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Promovendo palestra com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Até aí tudo bem, nascidos uns para outros. Em abril, no Fórum de Comandatuba, promovido pela Lide (Grupo de Líderes Empresariais) criado por João Dória Jr., os empresários financiadores de campanhas articulavam com Cunha a votação do PL 4330 da terceirização ilimitada (ver imagem acima).

O que vira piada é o tema: falar de democracia PARTICIPATIVA e relação com a sociedade civil.

Logo o Cunha que comportou-se como um ditador na presidência da Câmara impondo sua vontade nas votações, atropelando qualquer participação popular ou da sociedade civil?

Cunha poderia falar de "táticas de conquista do estado pelo poder econômico através do financiamento de campanha por empresas". Ou de "como passar projetos de leis na Câmara vantajosos para os patrões esfolarem os trabalhadores". Certamente falará nos bastidores sobre golpe paraguaio e seus riscos. Poderia falar muitas outras coisas. Só não dá para falar sério em democracia participativa.

E também não dá para acreditar em empresários milionários com tradição de influir no poder político pela força do dinheiro, estarem subitamente interessados em dividir irmamente com o povão o poder que exercem nas estruturas de estado. Conta outra estória melhorzinha, porque nessa não dá pra acreditar.

Bem. Já que a coisa é piada mesmo, vamos entrar no clima do humor.

Talvez seja questão de reinterpretar as palavras.

Onde se lê democracria leia-se plutocracia ("o poder político emana de quem tem mais dinheiro").

O "participativa" pode significar a participação nos, digamos, lucros advindos das generosas tetas do estado brasileiro, quando aparelhadas pelo poder econômico.

E João Dória Jr. é um líder de "movimento social", o MSVMCMD ("Movimento dos sem votos, mas com muito dinheiro").

Em tempo: o almoço-debate já estava marcado bem antes de Júlio Camargo dizer na Justiça Federal do Paraná que pagou propina de US$ 5 milhões para Cunha por sondas fornecidas à Petrobras. O colunista Lauro Jardim já publicava notinha no dia 6 de julho (figura abaixo).

Será curioso ver quais empresários comparecerão ao evento. Talvez até membros do Ministério Público tenham a curiosidade de conferir.


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