Já uma doutora de sobrenome ilustre que ficou com R$ 362 mil indevidos, de uma bolsa de estudos em Paris, em processo que se arrasta por 20 anos, não merece nenhuma linha no noticiário.
http://www.tcu.gov.br/Consultas/Juris/Docs/judoc/Acord/20060602/TC-018-410-2004-1.doc |
Até aí, críticas à ela seria coisa de ranzinza ou inveja, não fosse por um detalhe: quem pagou a bolsa de doutorado dela na França (de 1986 até 1990), foi o povo brasileiro, através do CNPq (órgão do governo federal), e ela não cumpriu as contrapartidas obrigatórias (retornar ao Brasil, permanecer no país por um período igual ao da duração da bolsa, exercendo atividades ligadas aos estudos realizados).
Sem cumprir aquelas contrapartidas que ela assumiu compromisso quando se inscreveu para a bolsa, a opção era devolver aos cofres públicos cerca de R$ 362 mil referente aos valores da bolsa recebida (R$ 77.586,18 apurados pelo TCU até 2001, mais correção do débito judicial).
Desde 1992 ela vem sendo intimada a prestar contas das contrapartidas. Oito anos depois (as coisas andam lentas para gente diferenciada do lado de lá), em 2000, nova cobrança do CNPq e nova resposta, omitindo a comprovação das contrapartidas. De 2001 em diante, o CNPq notificou-a diversas vezes para comprovar a contrapartida ou devolver o dinheiro da bolsa. Nem uma coisa, nem outra, foi feita.
Diante do calote, o CNPq considerou Cristina Ricupero inadimplente, promoveu a inscrição do seu nome na conta "Diversos Responsáveis" do Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI e no Cadastro Informativo de Créditos não quitados de Órgãos e Entidades Federais - CADIN, e ela foi condenada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a devolver o dinheiro. A doutora não devolveu.
Em 2010, o CNPq entrou com execução fiscal na Justiça Federal de Primeiro Grau em São Paulo (processo 0042673-18.2010.4.03.6182), e já há sentença de penhora de bens:
Mesmo assim, o tucanato paulista, do governador Geraldo Alckmin (PSDB), tem planos para contratá-la, através da Pinacoteca do Estado de São Paulo, no projeto de uma exposição em 2013, chamada “Brasília, entre o Modernismo Utópico e a Busca Espiritual".
Sobrenome ilustre
O sobrenome da "doutora" é o mesmo do ex-ministro da fazenda Rubens Ricupero, sucesssor de FHC, durante o governo Itamar Franco. Não sei se há relação de parentesco ou não. Mas ambos fazem parte do conselho de uma ONG chamada Instituto Escola São Paulo, o que mostra participarem de uma mesma rede de relacionamentos.
Parentes ou não, a princípio, o ex-ministro não é responsável pelo calote da doutora, se não estiver envolvido. Ricúpero é responsável pelo escândalo da parabólica, quando confessava em "off" atos de corrupção eleitoral em conluio com a Rede Globo.
O ex-ministro, enquanto aguardava nos estúdios da TV o momento de entrar no ar, falava que não tinha escrúpulos ao usar o plano real para fazer campanha eleitoral subliminar para FHC contra Lula em 1994. Soltou a famosa frase: "o que é bom a gente fatura e o que é ruim a gente esconde" (do noticiário) e combinava uma entrevista exclusiva ao programa Fantástico, para mostrar "só o que era bom", com a cumplicidade da TV Globo. Uma câmara estava aberta levando as imagens ao ar via parabólica e ele teve que se demitir para abafar o caso.
3 Comentários:
Ela deveria ser proibida de ser contratada por qualquer órgão público aqui no Brasil até que saldasse sua dívida. Se é uma pessoa do povo, fica no SPC salgando e não pode comprar um alfinete a prazo. Caloteira!
Não se preocupem que ainda ha bastante tempo dela cumprir com a contrapartida, quando ficar bem gaga e vier "dar trabalho e garfar o INSS" que é dinheiro do trabalhador brasileiro.
Ela não é suja, é podre,o CPF não vale nada nem para comprar nas casas Bahia.
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração