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sábado, 12 de abril de 2014

Tucano acusado de desviar dinheiro público para campanha de Azeredo deve ficar livre de processo


Um dos principais personagens do  mensalão tucano, Cláudio Mourão, acusado de desviar verbas públicas para a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998 deve ficar livre do processo que responde na justiça mineira. Amanhã, Mourão completa 70 anos de idade e será beneficiado por um artigo do Código Penal que reduz pela metade o prazo de prescrição dos crimes.

 Cláudio Mourão foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como membro do núcleo que operou o esquema de retirada criminosa de verbas públicas de companhias de Minas Gerais para alimentar o caixa da campanha que tentava reeleger o então governador do Estado, Eduardo Azeredo (PSDB). Naquele ano, o tucano acabou derrotado nas urnas por Itamar Franco.

De acordo com a investigação, o dinheiro era desviado das estatais sob comando do PSDB através de cotas de patrocínio de eventos esportivos e publicidade fictícia por meio das agências de publicidade SMP&B, de Marcos Valério e DNA Propaganda, ambas posteriormente envolvidas no mensalão do PT.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no mês de março, Claúdio Mourão já havia mostrado interesse em pedir a prescrição dos crimes. À época, ele afirmou que se o julgamento não estivesse concluído na data de seu aniversário de 70 anos, iria usar esse direito. "O Código Penal é pra todo mundo, né?", disse.

Crimes

Mourão responde por lavagem de dinheiro e peculato (crime de desvio de dinheiro público). Pelo Código Penal, os dois crimes prescrevem depois que 16 anos tenham transcorrido entre o fato e o recebimento da denúncia pela justiça. Quando o acusado completa 70 anos de idade, o prazo cai pela metade. No caso de Mourão, a prescrição dos crimes passa para o ano de 2006, extinguindo sua responsabilidade no processo, já que a denúncia foi recebida quatro anos depois dessa data, em 2010. A responsável por decretar a extinção da punibilidade será a juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Neide da Silva Martins. Em janeiro deste ano, a mesma magistrada concedeu o benefício ao ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, também apontado pela PGR como operador do esquema.

O processo se encontra em fase de instrução, quando se reúnem todas as evidências e provas, coletando também depoimentos das partes. As testemunhas indicadas pelo Ministério Público já foram ouvidas. Resta ainda a conclusão dos depoimentos das testemunhas de defesa. Os acusados ainda poderão se manifestar e, posteriormente, há a possibilidade de a defesa e a acusação fazerem uma nova rodada de argumentação. Somente após esse andamento, a decisão de primeiro grau será tomada. A próxima audiência está marcada para o dia 29 de abril em Belo Horizonte.

Essa matéria do Estadão, lembra da frase do José Simão, ontem no Twitter: "Tucano rouba a tanto tempo que os crimes estão todos prescritos"

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